terça-feira, 2 de junho de 2009

Ensino a distância: industrialização da educação?


SEGUE ABAIXO O RESUMO DO ARTIGO POR SOLICITAÇÃO DA PÓS.


Aluna Gisela Gomes Pitanga

RESUMO

A Educação a distância surgiu na metade do século XX como incremento dos meios de transporte e comunicação que permitiram a implantação do ensino por correspondência. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias.


Niskier,1999, definiu que em comparando-se com a produção industrial de bens e serviços que podem ser reunidos no modelo que se convencionou a chamar de fordista, ou seja: racionalização, planejamento, formalização, estandartização, mecanização, divisão de trabalho, linha de montagem, produção de massa, mudança funcional, objetivação, concentração e centralização.


Com base nisto Otto Peters, (1983, P.111) afirmou que o ensino a distância é um método racionalizado de fornecer conhecimento que permite o acesso ao estudo a um grande número de estudantes independentemente de seu lugar de residência ou de ocupação. A posição foi rechaçada pelos intelectuais da área. Assim, surgiram dois modelos de ensino a distância: o primeiro num modelo de educação em massa e o segundo mais flexível e aberto.


Parece ser irrefutável que o modelo o ensino a distância ainda carrega uma forte herança com o modelo fordista de produção industrial. Visto a similaridade de características básicas: produção de pacotes educacionais, racionalização, alto controle nos processos de trabalho, burocratização, centralização da produção e etc. Este acaba por ser um sistema que apresenta aspectos negativos a serem mais bem observados, tais como desqualificação do quadro acadêmico, a desumanização e burocratização da aprendizagem.


Belloni, 2003, lembra que “a qualidade da educação deveria permanecer distinta dos modelos industriais, mas uma coisa é fato: modelos industriais de produção já penetram em todas as esferas sociais, e o setor educacional não é uma exceção”.


Entenda-se, portanto, que os parâmetros essenciais do ensino a distância são a separação professor/aluno, tendo meios técnicos para compensa tal separação. Cabe lembrar, contudo, que o sistema EaD não deve correr em paralelo ao sistema convencional de educação, mas sim como parte do mesmo, com princípios e valores fundamentados em teorias científicas de educação. Coloca-se como uma inovação, como algo capaz de gerar novas possibilidades de acesso ao conhecimento, à cultura e à tecnologia. Porém, historicamente, o setor da educação é resistente a mudanças. Fica somente a certeza de fugir de modelos unicamente econômicos.

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